Expressionismo e reificação: o corpo como espaço de resistência em “O homem inacabado” de Donizete Galvão

Autores

  • Rangel Gomes Andrade Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara
  • Adalberto Luis Vicente Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2017n23a423

Palavras-chave:

Donizete Galvão. Poesia contemporânea. Expressionismo. Resistência. Corpo.

Resumo

Em O Homem Inacabado (2010), o poeta Donizete Galvão compõe uma obra na qual uma das linhas de força é o corpo. Tema recorrente na poesia brasileira contemporânea, este surge em Galvão numa chave que articula deficiência e velhice, em que a realidade opressora da metrópole e do trabalho revelam a inadequação de sujeitos anônimos de corpos cindidos, mutilados ou reificados. Essas imagens do corpo são trabalhadas através de recursos hiperbólicos e deformantes que aproximam Donizete Galvão da estética Expressionista. Nesse processo, Galvão canta a inadequação (e resistência) do corpo deficiente e obsoleto a um mundo cada vez mais utilitarista.

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DOI: http://dx.doi.org/10.25094/rtp.2017n23a423

Biografia do Autor

Rangel Gomes Andrade, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara

Graduando em Letras

Bolsista - PIBIC/CNPq-UNESP

Adalberto Luis Vicente, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara

Professor - Departamento de Letras Modernas: Área de Língua e Literatura Francesa

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Publicado

2017-08-25

Como Citar

Andrade, R. G., & Vicente, A. L. (2017). Expressionismo e reificação: o corpo como espaço de resistência em “O homem inacabado” de Donizete Galvão. Texto Poético, 13(23), 485–507. https://doi.org/10.25094/rtp.2017n23a423