Do não criativo ao não próprio: gestos de apropriação na poesia brasileira contemporânea (performar, assinar, arquivar)
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2023n38a943Palavras-chave:
Apropriação, Não criativo, Não próprio, Poesia brasileira contemporâneaResumo
Este ensaio busca sistematizar uma pesquisa ampla sobre o estado da literatura de apropriação contemporânea, tendo em vista sua disseminação em categorias como “não original” e “não criativo”. Por meio de uma leitura desconstrucionista deste cenário, discutimos o interesse da reescrita hoje em usar da crítica da “autoria” e do “gênio” para jogar com a propriedade textual. Para caracterizar essa escrita do “não próprio”, demonstramos como ela se constrói suas estratégias por três distintos gestos de composição: a performance textual, os atos de assinatura e as poéticas de arquivamento. Gestos a serem descritos aqui em análises da poesia brasileira contemporânea.
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