“UM PASSEIO NOS CAMPOS SERIA UMA VIAGEM PELO MUNDO”: A POÉTICA DOS CAMPOS DE DALCÍDIO JURANDIR

Autores

  • André Luís Valadares de AQUINO UFPA
  • Gunter Karl PRESSLER UFPA

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2016n21a367

Resumo

A linguagem poética na prosa de Dalcídio Jurandir, que estreou em 1941 com Chove nos campos de Cachoeira, revela a caraterística do romance moderno de poetizar a estrutura narrativa. Este fato estético é recorrentemente posto à margem pela interpretação dominante na história da recepção da obra dalcidiana no Brasil, sob o argumento da representação documental e regionalista. A abordagem da linguagem poética e sua força figurativa justifica-se como procedimento de identificação da nova tendência do nouveau roman nouveau (Stierle, 1997), categoria de dimensão universal na obra de Dalcídio Jurandir, pois a linguagem poética abre uma constelação de sentidos, instáveis e imprevistos, desestabilizadora da determinação referencial.

Palavras-chave: Dalcídio Jurandir; Romance Moderno: Linguagem Poética; Prática Significante.

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Publicado

2016-12-28

Como Citar

AQUINO, A. L. V. de, & PRESSLER, G. K. (2016). “UM PASSEIO NOS CAMPOS SERIA UMA VIAGEM PELO MUNDO”: A POÉTICA DOS CAMPOS DE DALCÍDIO JURANDIR. Texto Poético, 12(21), 171–213. https://doi.org/10.25094/rtp.2016n21a367

Edição

Seção

Vária