“UM PASSEIO NOS CAMPOS SERIA UMA VIAGEM PELO MUNDO”: A POÉTICA DOS CAMPOS DE DALCÍDIO JURANDIR
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2016n21a367Abstract
A linguagem poética na prosa de Dalcídio Jurandir, que estreou em 1941 com Chove nos campos de Cachoeira, revela a caraterística do romance moderno de poetizar a estrutura narrativa. Este fato estético é recorrentemente posto à margem pela interpretação dominante na história da recepção da obra dalcidiana no Brasil, sob o argumento da representação documental e regionalista. A abordagem da linguagem poética e sua força figurativa justifica-se como procedimento de identificação da nova tendência do nouveau roman nouveau (Stierle, 1997), categoria de dimensão universal na obra de Dalcídio Jurandir, pois a linguagem poética abre uma constelação de sentidos, instáveis e imprevistos, desestabilizadora da determinação referencial.
Palavras-chave: Dalcídio Jurandir; Romance Moderno: Linguagem Poética; Prática Significante.
References
ANDRADE, Carlos D. de. Claro enigma. [1ª ed. de 1951]. Rio de Janeiro: Record, 1991.
AQUINO, A. de. “Um passeio nos campos seria uma viagem pelo mundo”: Linguagem e Experiência em Dalcídio Jurandir. Bragança/PA: PPGLSA/UFPA (Dissertação de Mestrado), 2013.
______. Diários de Viagem. In: Catálogo da 10ª edição da Bolsa de Criação. Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística. Belém: IAP, 2012.
BARTHES, R. Elementos de semiologia. Trad. Izidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix, 2006.
______. Inéditos, I: Teoria / Roland Barthes. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2004. (Col. Roland Barthes).
______. Roland Barthes por Roland Barthes. Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix, 1977.
______. Introdução à Análise Estrutural da Narrativa. In: A Análise Estrutural da Narrativa. Seleção de Ensaios da revista ‘Communications’. Petrópolis, RJ: Vozes 1971. (Novas Perspectivas em Comunicação, 1)
BAUDELAIRE, C. Crepúsculo Matinal. In: Flores do Mal. Trad. Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. p. 357.
BENJAMIN, W. Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo. Trad. José Martins Barbosa, Hemerson Alves Baptista. São Paulo: Brasiliense, 1989. (Obras Escolhidas, v. 3).
BLANCHOT, M. O espaço literário. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.
BORGES, J. L. Ficções. Trad. Carlos Nejar. Porto Alegre: Abril Cultural, 1972. (Col. Os Imortais da Literatura).
BOSI, A. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970.
CAMPOS, H. de. A arte no horizonte do provável. São Paulo: Perspectiva, 1969. (Col. Debates).
______. Metalinguagem e outras metas: São Paulo: Perspectiva, 1992. (Col. Debates).
CAMPOS, A. de; CAMPOS, H. de. Os Sertões dos Campos – Duas vezes Euclides. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1997.
CAMPOS, A. de; CAMPOS, H. de; PIGNATARI, D. Mallarmé. São Paulo: Perspectiva, 2006. (Col. Signos).
FAUSTINO, M. Rupestre africano. In: O homem e sua hora. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 197.
FREEDMAN, R. The lyrical novel: studies in Hermann Hesse, André Gide and Virginia Woolf. New Jersey: Princeton University Press, 1963.
JAKOBSON, R. Linguística e comunicação. Trad. Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 2003.
______. Linguística, poética e cinema. [Vários Tradutores]. São Paulo: Perspectiva, 1970.
______. Os Oxímoros dialéticos de Fernando Pessoa. In: Linguística, poética e cinema. 2. ed. Trad. Haroldo de Campos, com a colaboração de Francisco Achcar. São Paulo: Perspectiva, 2007.
JURANDIR, D. Chove nos Campos de Cachoeira. Belém: CEJUP, 1991.
______. Edição crítica de Chove nos Campos de Cachoeira. Coord. Rosa Assis. Belém: EDUNAMA, 1998.
______. Chove nos Campos de Cachoeira. Apres. Rosa Assis. Rio de Janeiro: 7Letras, 2011.
MENEZES, F.; SANTOS, M.; PRESSLER, G. (Orgs.), Dalcídio Jurandir. Bibliografia geral e estudos críticos. La Coruña/Espanha 2014 [eBook].
MONTEIRO, B. O cancioneiro do Dalcídio. Belém: Falângola; Rio de Janeiro: PLG, 1985.
PAZ, O. Signos em rotação. Trad. Sebastião Uchoa Leite. São Paulo: Perspectiva, 1972.
POMORSKA, K. Formalismo e futurismo. A teoria formalista russa e seu ambiente poético. Trad. Sebastião Uchoa Leite. Org. Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman. São Paulo: Perspectiva, 1972.
PRESSLER, G. O espelho adiantado: sobre a recepção da obra de Dalcídio Jurandir. In: Biagio D’Angelo, Maria Antonieta Pereira. Um rio de palavras. Estudos sobre literatura e cultura da Amazônia. Lima: Fondo Editorial de La Universidad Catolica Sedes Sapientiae, 2007, p. 125-147.
______. Benjamin (Baudelaire): a Tarefa do Tradutor: Zilly (Euclides da Cunha), In: MOARA (Belém), n. 18, 2004, p. 147-158.
______. Dalcídio Jurandir – A escrita do Mundo Marajoara não é regional é Universal. Revista GELNE. (Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste), vol. IV, n. 1/2, 2002, p. 277-279.
PROPP, V. Morfologia do Conto Maravilhoso. Trad. Jasna Paravich. Org. Boris Schnaiderman. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.
STIERLE, K. Ästhetische Rationalität. Kunstwerk und Werkbegriff. München: Wilhelm Fink, 1997 [1996].
ZILLY, B. “Posfácio” in: Euclides da Cunha, Krieg im Sertão. Frankfurt a.Main/Alemanha, 2000. p. 757-783.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
I authorize the Texto Poético Journal to publish the paper of my authorship/responsibility that I now submit, in case it is accepted for online publication.
Moreover, I declare that this contribution is original and that it was not submitted to any other editor for publication.
The copyright of the works published at the virtual space of the Texto Poético Journal are automatically entitled to the journal. Their total or partial reproduction is conditioned to the authors' citations and publication data.
Texto Poético is licensed under a Creative Commons - Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0).