Arquitetura dialógica: uma análise do livro Estar sendo. Ter sido., de Hilda Hilst

Autores

  • Milena Karine de Souza Wanderley Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
  • Kelcilene Grácia-Rodrigues Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2018n24a479

Palavras-chave:

Hilda Hilst, formas composicionais, diálogo, hibridização formal.

Resumo

Esse artigo é resultado de uma pesquisa realizada acerca de Estar sendo. Ter sido. (1997), última narrativa publicada pela escritora brasileira Hilda Hilst (1930 – 2004) em vida. Na pesquisa, procuramos investigar de que forma Hilst promove os processos de hibridização arquitetônica que fazem dessa obra ponto de retorno para as outras que ela escreveu. Além disso, observamos também como as massas literárias arquitetônicas são subvertidas, sobretudo no que diz respeito às categorias de narrador e autor, através dos diálogos externos que são articulados e que revelam boa parte da biblioteca de Hilst. Para tal, buscamos esteio nos estudos acadêmicos de Rubens da Cunha (2011) e José Antônio Cavalcanti (2010), sobre Estar sendo. Ter sido. (1997), em Crystiane Batista Leal (2012), num estudo desenvolvido acerca dimensão lírica no teatro hilstiano, em Bakhtin (2010) e em José Augusto Seabra (1988). Também tivemos acesso ao inventário da biblioteca da Casa do Sol fornecida pelo Instituto Hilda Hilst.

Biografia do Autor

Milena Karine de Souza Wanderley, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Possui graduação em Letras - Língua Portuguesa (Licenciatura) pela Universidade Federal de Pernambuco (2010), mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, e cursa, atualmente, o Doutorado em Estudos Literários nessa mesma universidade, desenvolvendo estudo acerca da poesia de Hilda Hilst em seus processos de ressignificação de Formas Composicionais Clássicas. Tem experiência na área de Letras, com ênfase no ensino de Língua Portuguesa - Análise Linguística, Produção de texto e Literatura.

Kelcilene Grácia-Rodrigues, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Possui graduação em Letras - Câmpus de Três Lagoas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1994), mestrado em Letras pela Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Ciências e Letras de Assis (1998) e doutorado em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista-Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (2006). É professora Associada e, atualmente, é Coordenadora, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, do Doutorado Interinstitucional em Letras (DINTER) entre a Universidade Presbiteriana Mackenzie (Instituição Promotora) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Instituição Receptora). É Coordenadora Acadêmica do convênio internacional Programa Erasmus+ entre a Universitá degli Studio di Perugia e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Poesia Brasileira contemporânea. Compõe o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Letras (Docente Permanente). Suas publicações voltam-se principalmente para os seguintes temas: Manoel de Barros, literatura brasileira, teoria literária, poesia brasileira contemporânea, metáfora e literatura regional de Mato Grosso do Sul. 

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Publicado

2018-01-31

Como Citar

Wanderley, M. K. de S., & Grácia-Rodrigues, K. (2018). Arquitetura dialógica: uma análise do livro Estar sendo. Ter sido., de Hilda Hilst. Texto Poético, 14(24), 101–126. https://doi.org/10.25094/rtp.2018n24a479