Soneto como variação fixa formal
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2015n19a324Resumen
Este artigo tem como tese o princípio de que o soneto é uma forma fixa porque variável. Esse princípio corresponde ao fundamento da variedade na fixidez como “igualdade na quantidade” (aequalitas numerosa). Para demonstrar a validade da proposta, aborda-se o soneto desde suas origens, a partir de Giacomo da Lentini, até a poesia de modernistas brasileiros (Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes), passando-se pelo parnasiano Olavo Bilac. A análise investiga a validade do princípio de “igualdade na quantidade” a respeito do soneto atender a um molde, a uma versificação, a uma estrofação, a um esquema de rimas, a um ritmo e sua tonalidade. Para tanto, debate-se sobre a formação do sujeito e sua intervenção na poesia ocidental do século XIII ao XX, distinguindo-se sujeito centrado (anterior a meados do século XVIII) e sujeito autocentrado (posterior). Observa-se que o soneto apresenta um mínimo formal a respeito dos catorze versos em uma progressão textual lógico-discursiva que atende a: apresentação, desenvolvimento e desfecho. Como esse mínimo formal apenas existe in abstracto, o soneto tanto varia que chega a ser desrealizado, de suas origens a meados do século XX.
Palavras-chave: Soneto. Forma fixa. “Igualdade na quantidade”. Sujeito centrado. Sujeito autocentrado.Citas
ANDRADE, Carlos Drummond de. Oficina irritada. In: ______. Obra Completa. 2. ed. Rio de Janeiro: José Aguilar Editora, 1967. p. 245.
BANDEIRA, Manuel. O martelo. In: ______. Lira dos cinquent’anos. São Paulo: Global, 2013. p. 25.
BILAC. Olavo. A um poeta. In: ______. Obra reunida (org. Alexei Bueno). Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996, p. 267.
BURT, Stephen; MIKICS, David (orgs.). The art fo sonnet. Cambridge: Havard UP, 2011.
CAMPOS, Geir. Pequeno dicionário de arte poética. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1978.
LIMA, Renira Lisboa de Moura. A forma soneto. Maceió: Edufal, 2007.
MORAES, Vinícius de. Epitáfio. In: ______. Poemas, sonetos e baladas. São Paulo: Gaveta, 1946. s/p.
PAGLIARO, A.; BAUSANI, A. Pagliaro e A. Bausani: Storia delle letteratura del persiana (1960) Inder Jit Lall: “Ghazal as a Form of Poetry and Music”, Indian and Foreign Review, 1, 14 (1980).
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autorizo a Revista Texto Poético a publicar o artigo que ora submeto, de minha autoria/responsabilidade, caso seja aceito para publicação online. Declaro, ainda, que esta contribuição é original e que não está sendo submetida a outro editor para publicação.
Os trabalhos publicados no espaço virtual da Revista Texto Poético serão automaticamente cedidos, ficando os seus direitos autorais reservados à Revista Texto Poético. Sua reprodução, total ou parcial, é condicionada à citação dos autores e dos dados da publicação.
A Texto Poético utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0).