"A Uma Passante" de Charles Baudelaire: os três tempos da imagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2022n35a850

Palavras-chave:

Charles Baudelaire, Poesia Francesa, Descrição Pictural, Écfrase, Imagem

Resumo

No soneto “A Uma Passante”, a descrição pictural ocorre em três tempos: o relato do instante da captura do objeto, a descrição da forma e a reflexão acerca da contingência da visão enquanto vivência e da sua rememoração no tempo da literatura. Considera-se o intertexto implícito entre o soneto e o ensaio O pintor da vida moderna, aventando-se a hipótese de que tais tempos constituem uma iconologia que tanto se dedica a descrever a imagem quanto a refletir sobre sua relação com a temporalidade moderna. Recorre-se às considerações de Liliane Louvel sobre a descrição pictural e à imagem-conceito apercebenca de Didi-Huberman.

Biografia do Autor

Júnior Vilarino, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Professor adjunto de Literatura Francesa na Universidade Federal de Viçosa/UFV, Viçosa, Minas Gerais, Brasil.

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Publicado

2022-01-30

Como Citar

Vilarino, J. (2022). "A Uma Passante" de Charles Baudelaire: os três tempos da imagem. Texto Poético, 18(35), 21–45. https://doi.org/10.25094/rtp.2022n35a850