Na cozinha de Angélica Freitas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2025n44a1155

Palavras-chave:

Poesia brasileira contemporânea, Angélica Freitas, Antropofagia, Comer, Escrever

Resumo

Este artigo examina as múltiplas e complexas relações existentes entre alimentação, memória, escrita e leitura em Rilke Shake, da poeta e tradutora Angélica Freitas, uma das vozes mais inventivas da poesia contemporânea de língua portuguesa. Publicado em 2007, esse livro de estreia aciona, desde o seu título, um conjunto de referências de diversos campos, línguas e tradições, devorando-as e transformando-as de modo, quase sempre, irreverente. A partir do diálogo com a Antropofagia oswaldiana, articulada a outros pensadores, a análise se concentra no primeiro poema desse livro, no qual o campo da comida e o da poesia se encontram e preparam um inusitado banquete.

Biografia do Autor

Susana Souto Silva, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Professora da Faculdade de Letras/Universidade Federal de Alagoas, onde atua na graduação e na pós-graduação; ligada à linha Literatura e História.

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Publicado

2025-01-26

Como Citar

Silva, S. S. (2025). Na cozinha de Angélica Freitas. Texto Poético, 21(44), 42–56. https://doi.org/10.25094/rtp.2025n44a1155