“A flor áspera destes dias”: a visualidade na escrita poética de Neide Archanjo
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2024n42a1045Palavras-chave:
Poesia, Visualidade, Écfrase, Neide ArchanjoResumo
Propõe-se investigar a articulação entre a visualidade e a linguagem poética de Neide Archanjo, autora de O poeta itinerante (1968), poema que compõe o corpus desse estudo. Dividido em cinco cantos, o texto apresenta forte carga imagética, o que se acentua no último canto – “Épuras” – objeto de análise mais detida, cuja leitura será orientada pela écfrase, procedimento retórico advindo da Antiguidade. Examina-se os usos e desvios desse exercício ecfrástico em relação ao modelo clássico e procura-se demonstrar como a autora transporta o leitor ao campo do inabitual, promovendo uma quebra de expectativas que suscita um pensamento por meio das imagens.
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