Estragos do real: o reconhecimento do mal na poesia de João Cabral de Melo Neto

Autores

  • Cristina Henrique da Costa UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2018n25a535

Palavras-chave:

João Cabral, Paul Ricoeur, “A simbólica do mal”, hermenêutica crítica, símbolo, mito, “Fábula de Anfíon”.

Resumo

Partindo do caráter enigmático do poema Fábula de Anfíon de João Cabral e levando em conta seu significado vivencial, o artigo mostra nele o vínculo entre o real e o mal. Amparando-se na complexa reflexão desenvolvida por Paul Ricoeur em A simbólica do mal (1960), argumenta-se que a riqueza desta questão está no fato que, se por um lado, a dimensão de realidade do mal não pode ser ocultada por ele ser uma experiência humana individual e histórica fundamental, por outro lado, seu caráter de realidade opaca e equívoca impede o pensamento de reduzi-lo às explicações teóricas, filosóficas ou conceituais. No âmbito de uma reflexão hermenêutica consciente de sua autoimplicação, o artigo destaca que a forma justa de lidar com o mal é o reconhecimento, e reavalia o conceito de confissão, no sentido de torná-lo apto para uma reflexão acerca do lugar da realidade na poesia de João Cabral.

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Publicado

2018-07-30

Como Citar

da Costa, C. H. (2018). Estragos do real: o reconhecimento do mal na poesia de João Cabral de Melo Neto. Texto Poético, 14(25), 334–364. https://doi.org/10.25094/rtp.2018n25a535