Deserto excessivo: povoamento de multiplicidades
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2014n16a206Resumo
Na literatura portuguesa produzida a partir
da metade do século 20, uma paisagem chama a atenção
pela frequência com que aparece e, principalmente, pelas
questões que movimenta: o deserto. Projetando-a sobre
o pano histórico e cultural de Portugal, deparamos com
seu papel de refutação contrastante em relação ao mar.
Guiados pelos poetas Carlos de Oliveira, Luis Miguel Nava e
António Ramos Rosa, verificamos que o deserto, se constitui
uma “obsessão” na poesia portuguesa moderna, não pode
ser entendido apenas em seu sentido referencial, mas sim
passível de leitura mesmo quando tal vocábulo não se
imprime no papel. Por isso, mais do que apenas perseguilo
enquanto significante, importa observar imagens e
processos que escrevem esvaziamentos ou deserções do
conhecido, atentando para o fato de que esses desertos
poéticos não funcionam apenas com sinal de negativo: eles
representam a multiplicidade do possível; canais de trocas
e passagens; abertura para outros (sujeitos, configurações
de mundo e linguagens); e reclamação por liberdade. São,
portanto, potência, muito mais do que exclusão.
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