Poesia, riso e testemunho em Umbigo (2006) de Nicholas Behr
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2012n13a118Abstract
Umbigo (2006) é um livro de Nicolas Behr. O leitor se espanta com o close de um umbigo na capa e ao perceber que, pelas 84 páginas, sucedem-se uns 2500 versos iniciados sempre por “minha poesia”. Adorno, em Teoria estética, diz que “são exigidas as obras que, pelo seu núcleo temporal, se consomem a si mesmas, sacrificam a sua vida no instante da aparição da verdade”. Georges Minois diz, em História do riso e do escárnio, que “o riso está por toda parte, mas não é, em todo lugar, o mesmo riso”. Torneia-se em Umbigo uma “historiografia inconsciente” do contemporâneo: o testemunho da miséria humana (“minha poesia é um índio que vai dormir no ponto de ônibus mas leva extintor de incêndio”) e a resistência da poesia que faz do riso engenho (“minha poesia é a educação pela pedrada”).
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