Linhagem, linguagem: fabulações do arquivo em A água é uma máquina do tempo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2023n38a941

Palavras-chave:

Aline Motta, Arquivo, Fabulação crítica, Matrilinearidade, Fantasmalidade

Resumo

O artigo investiga a fabulação artística e política de Aline Motta em A água é uma máquina do tempo (2022a). Apropriando-se de materiais de arquivo, sua linguagem se aproxima da “poesia por outros meios” (PERLOFF, 2013). Por outro lado, sua pesquisa sobre a própria linhagem, que se entrelaça com a história das vidas negras no Brasil, aponta para outros horizontes de invenção. Dialogando com reflexões de Leda Martins sobre o tempo espiralar, de Saidiya Hartman sobre fabulação crítica, e de Marylin Strathern sobre os estudos de parentescos na contemporaneidade, observamos como a artista performa uma fantasmalidade relacionada a sua genealogia matrilinear.

Biografia do Autor

Carla Miguelote, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Professora Adjunta do Departamento de Letras da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/ UNIRIO, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Lúcia Ricotta, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Professora Adjunta do Departamento de Letras da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/ UNIRIO, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

 

Referências

ASSIS, Machado de. Relíquias de casa velha. Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre: W. M. Jackson Inc., 1955.

ASSIS, Machado de. Páginas recolhidas. Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre: W. M. Jackson Inc., 1955.

DERRIDA, Jacques. Espectros de Marx: o estado da dívida, o trabalho do luto e a nova internacional. Tradução Anamaria Skimmer. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.

EVARISTO, Conceição. Poemas de recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017.

FERNANDES, Heleine. Nascente. Rio de Janeiro: Garupa; Ksal, 2021.

FLORESTA, Cecília. Genealogia. São Paulo: Móri Zines, 2019.

FOUCAULT, Michel. Estética: literatura e pintura, música e cinema. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

HARTMAN, Saidiya. Vênus em dois atos. Revista Eco-Pós, v. 23 n. 3, p. 12-33, 2020.

HARTMAN, Saidiya. Saidiya Hartman: ‘A história da escravidão moldou a vida de todos nós’ [Entrevista concedida] a Stephania Borges. Gama, 2021.

Disponível em: https://gamarevista.uol.com.br/formato/conversas/saidyiahartman-a-historia-da-escravidao-moldou-a-vida-de-todos-nos/ Acesso em: 26 set. 2022.

MARTINS, Leda. Performances do tempo espiralar. In: RAVETTI, Graciela; ARBEX, Márcia. Performance, exílio, fronteiras: errâncias territoriais e textuais. Belo Horizonte, Departamento de Letras Românicas, Faculdade de Letras/UFMG: Poslit, 2002.

MARX, Karl. O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. Fonte digital: Nélson Jahr Garcia. ebooksBrasil.com, 2000.

MOTTA, Aline. A água é uma máquina do tempo. São Paulo: Círculo de Poemas, 2022a.

MOTTA, Aline. A água é uma máquina do tempo. eLyra: Revista da Rede Internacional Lyracompoetics, n. 18, p. 333-337, 2021.

MOTTA, Aline. Aline Motta. [Entrevista concedida a] Carol Almeida. Suplemento Pernambuco, 2022b. Disponível em: http://www.suplementopernambuco.com.br/entrevistas/2954-sobre-palavras-e-imagens-movidas-como-o-mar.html. Acesso em: 28 set. 2022.

PAIM, Mariana Souza. Cartografia incompleta: alguns caminhos em meio a poesia da década de 2010. In: JONES, Allan. Bliss X. Deu pra ti anos X: dois olhares para uma década. Rio de Janeiro: BR75; Garupa, 2021. p. 27-46.

PEREIRA, Edmilson de Almeida Pereira. Poesia + (antologia 1985-2019). Prefácio de Roberto Zular. São Paulo: Editora 34, 2019.

PERLOFF, Marjorie. O gênio não original: poesia por outros meios no novo século. Belo Horizonte: UFMG, 2013.

RICALDE, Rosana. Rosana Ricalde. [Entrevista concedida a] Glória Ferreira. In: RICALDE, Rosana; FERREIRA, Glória. Entre imagem e linguagem. Rio de Janeiro: Apicuri, 2015.

STENGERS, Isabelle. Reativar o animismo. Tradução Jamille Pinheiro Dias. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2017. (Caderno de Leituras, n. 62).

STRATHERN, Marilyn. Parentesco, direito e o inesperado: parentes são sempre uma surpresa. Tradução Stella Zagatto Paterniani. São Paulo: Unesp, 2015.

Downloads

Publicado

2023-01-29

Como Citar

da Silva Miguelote, C., & Ricotta Vilela Pinto, L. (2023). Linhagem, linguagem: fabulações do arquivo em A água é uma máquina do tempo. Texto Poético, 19(38), 133–155. https://doi.org/10.25094/rtp.2023n38a941