“Nada há neste mundo que seja intraduzível” – Jorge de Sena e a tradução de poesia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2024n42a1037

Palavras-chave:

Poesia, Tradução, Fidelidade, Poeta-tradutor

Resumo

O presente artigo pretende analisar a maneira como Jorge de Sena entende a tradução de poesia e os critérios por que se rege na sua atividade de tradutor. Analisando, de forma detalhada, as várias reflexões de caráter tradutológico, que decorrem quer da experiência enquanto tradutor de versos, quer da experiência como leitor voraz de poesia, tenta mostrar-se como o entendimento do ofício de tradutor é crucial para a compreensão do seu projeto poético. Assim, defende-se que a teoria seniana sobre tradução, indissociável da concepção geral de toda a sua obra, tende a recusar a estranheza e a privilegiar a fidelidade, entendida frequentemente como naturalização do poema traduzido.

Biografia do Autor

Joana Meirim, Universidade Nova de Lisboa

Professora auxiliar convidada no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigadora do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT – NOVA FCSH), Lisboa, Portugal.

Referências

BOASE-BEIER, Jean. Poetry. In: BAKER, Mona & SALDANHA, Gabriela (eds). The Routledge Encyclopedia of Translation Studies. London and New York: Routledge. Taylor and Francis e-library, 2009. 381-386.

FLOR, João Almeida. Jorge de Sena, tradutor de Emily Dickinson. In: LISBOA, Eugénio (org. e introd.). Estudos sobre Jorge de Sena. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1984. 473-474.

FROST, Robert. Conversations on the Craft of Poetry (1959). In: FAGAN, Deirdre J., Critical Companion to Robert Frost. A Literary Reference to His Life and Work, New York: Facts on File, 2007.

HAMBURGUER, Michael. Conversations with Two Translators by Edwin Honig (1980). In: HONIG, Edwin. The Poet’s Other Voice: Conversations On Literary Translation. Amherst: University of Massachusetts Press, 1985. Ebook Edition. 165-186.

HOMEM, Rui Carvalho. «Traduzibilidade», retórica e apropriaçã o: breves notas sobre Sena, tradutor de poemas de língua inglesa. In: FRIAS, Joana Matos & MEIRIM, Joana (org.). A Crítica de Jorge de Sena. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2022. 115-124.

KEATING, Maria Eduarda. Poéticas da tradução poética. In: AAVV. Relâmpago. Revista de Poesia, n.º 17 (“A tradução de poesia”). Lisboa: Fundação Luís Miguel Nava, Outubro de 2005. 47-61.

LOPES, Alexandra & MONIZ, Maria Lin. A importância de se chamar Ernesto. Consagrações, Bunburisms & Outras Perplexidades. In: SERUYA, Teresa (org.). Estudos de Tradução em Portugal. A Colecção Livros RTP-Biblioteca Básica Verbo 1971-1972. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2005. 167-197.

LOURENÇO, Jorge Fazenda. Redimir Babel. In: ______. O Brilho dos Sinais. Estudos sobre Jorge de Sena. Porto: Edições Caixotim, 2002. 109-115.

MACEDO, Helder. Recensão crítica de Poemas Ingleses (edição bilingue, com prefácio, traduções, variants e notas de Jorge de Sena) (1976). In: LISBOA, Eugénio (org. e introd.). Estudos sobre Jorge de Sena. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1984. 463-467.

MONTEIRO, George. Jorge de Sena’s Dickinson. Luso-Brazilian Review, XIX, 1, 23-29, 1982.

PAZ, Octavio. Traducción: literatura y literalidad, 3ª edición. Barcelona: Tusquets, 1990.

PAZ, Octavio. Conversations with Translators (1976). In: HONIG, Edwin. The Poet’s Other Voice: Conversations On Literary Translation. Amherst: University of Massachusetts Press (1985). Ebook Edition. 151-163.

REBELO, Luís de Sousa. Jorge de Sena e a arte de traduzir (1973). In: LISBOA, Eugénio (org. e introd.). Estudos sobre Jorge de Sena. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1984. 455-462.

SCHLEIERMACHER, Friedrich. Sobre os diferentes métodos de traduzir, apres., trad., notas e posfácio de José M. Miranda Justo. Porto: Porto Editora, 2003.

SENA, Jorge de. Quem é Jorge de Sena (à maneira de Curriculum), O Tempo e o Modo, nº 59, Abril de 1968. Disponível em: https://pt.revistasdeideias.net/pt-pt/o-tempo-e-o-modo/inissue/iss_0000001751/12. Acesso em 7 de julho de 2023.

SENA, Jorge de (antologia, tradução, prefácio e notas). Poesia do Século XX. De Thomas Hardy a C.V. Cattaneo. Lisboa: Edições Asa, 2003.

SENA, Jorge de & ANDRADE, Eugénio de. Correspondência 1949-1978, org. e apresentação Mécia de Sena e Isabel de Sena. Lisboa: Guerra & Paz, 2016.

SENA, Jorge de & BREYNER, Sophia de Mello. Correspondência 1959-1978, ed. Mécia de Sena e Maria Andresen Sousa Tavares, 2.ª edição. Lisboa: Guerra & Paz, 2006.

SENA, Jorge de & CATTANEO, Carlo Vittorio. Correspondência 1969-1978, ed. Mécia de Sena, Jorge Fazenda Lourenço e Joana Meirim, trad. Jorge Vaz de Carvalho. Lisboa: Guimarães Editores, 2013.

SENA, Jorge de. Diários, ed. Mécia de Sena. Porto: Edições Caixotim, 2004.

SENA, Jorge de. 80 Poemas de Emily Dickinson, Lisboa: Guimarães, 2010.

SENA, Jorge de. Estudos de Literatura Portuguesa-I, ed. Mécia de Sena. Lisboa: Edições 70, 2.ª ed. (1999): 161-168.

SENA, Jorge de. Poesia de 26 Séculos (De Arquíloco a Nietzsche). Coimbra: Fora do Texto, 1993.

SENA, Jorge de. Sobre Teoria e Crítica Literária, Porto: Edições Caixotim, 2008.

SIMÕES, João Gaspar. Jorge de Sena tradutor (1979). In: LISBOA, Eugénio (org. e introd.). Estudos sobre Jorge de Sena. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1984. 468-472.

STEINER, George (introd. and edited). The Penguin Book of Modern Verse Translation. London: Penguin Books, 1966.

TOMLINSON, Charles. Metamorphoses. Poetry and Tranlation. UK: Carcanet, 2003.

VASCONCELOS, Ricardo. Como vingar-se de antologias (segundo Jorge de Sena). In: FAGUNDES, Francisco Cota & Lourenço, Jorge Fazenda (org.). Jorge de Sena. Novas perspetivas, 30 anos depois. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2009. 199-248.

WILLIAMS, Frederick G.. Jorge de Sena: tradutor. In: SANTOS, Gilda (org.). Jorge de Sena em Rotas Entrecruzadas. Lisboa: Edições Cosmos, 1999.117-132.

Downloads

Publicado

2024-05-30

Como Citar

Meirim, J. (2024). “Nada há neste mundo que seja intraduzível” – Jorge de Sena e a tradução de poesia. Texto Poético, 20(42), 235–252. https://doi.org/10.25094/rtp.2024n42a1037