Elogios fúnebres, pedras tumulares, sonhos mudos: círculos literários e reinvenção ritual entre poetas brasileiros (XIX-XX)
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2019n28a623Palavras-chave:
elogio fúnebre, tombeau, comunidade.Resumo
O ensaio explora a recorrência, entre poetas brasileiros, de textos que se reportam à prática do elogio fúnebre, ou que recuperam de modo mais ou menos explícito a espécie tombeau, em diálogo com poemas franceses do final do século XIX. Pressupondo, com Maulpoix, um caráter coletivo primário para o poema lírico (a raiz do lirismo assentando-se na celebração), analisa-se o discurso encomiástico (elevado, laudatório, endereçado) discernível nos poemas abordados como portador de algo que não se resolve na expressão de um “eu”, mas que parece indiciar uma operação coletiva de constituição de audiência, comunicação, contato, partilha. O poema, um gesto de interlocução, é dedicado, nesse sentido, a um poeta ilustre desaparecido, mas dedica-se, igualmente, ao estabelecimento de uma rede de afinidades e concepções de escrita que pressupõem a instauração de uma comunidade.
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