MELANCOLIA A PINO, IMPASSE NO LOCUS TROPICAL: NOTAS SOBRE O POEMA “MARINHA”, DE RUY ESPINHEIRA FILHO
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2010n9a43Resumo
O presente trabalho, vinculado a pesquisa sobre poesia brasileira produzida durante a Ditadura Militar, procura analisar elementos estruturais do poema “Marinha”, de Ruy Espinheira Filho, do livro Heléboro, de 1974. A leitura proposta se volta com especial ênfase à produtiva tensão constitutiva do poema, a qual provém do choque entre imagens paradisíacas e artefatos bélicos. Segundo a hipótese aqui levantada, tais instrumentos de guerra — perturbadores à paisagem tropical — estabelecem uma espécie de fantasmagoria do contexto repressivo em que o poema é escrito, fantasmagoria que, em meio a uma ensolarada praia soteropolitana, instaura um mal estar nas interpretações conciliadoras da marcadamente autoritária e violenta história brasileira.
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