Agostinho, neto do canto oprimido: entre a política poética e o pesadelo da história
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2015n18a413Resumo
O regime de opressão política, social e cultural condiciona a desenvoltura literária característica das grandes temáticas desenvolvidas nos poemas de António Agostinho Neto. Nascido numa Angola mantida sob jugo português – juntamente com Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo-Verde e São Tomé e Príncipe – desde o século XV, ainda que mais proficuamente a partir do século XIX, o poeta-guerrilheiro inaugura as suas andanças pela arte literária sob o crivo de uma tensão peculiar aos escritores da África colonial: como articular um discurso de resistência e reação contra um modelo opressor a partir da estrutura linguística do próprio opressor, isto é, inegavelmente imposta? Entre a angolanidade e a convocação para a ação guerrilheira, a voz do poeta Agostinho Neto busca libertar a sua própria história e a sua realização poética dos grilhões da “verdade” oficial europeia.
Palavras-chave: Poesia. Angola. História. Colonialismo. Agostinho Neto.Referências
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