“De um avião” de Cabral: Implicações de uma leitura newtoniana e de uma leitura relativística de um “Aeropoema”
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2015n19a330Resumo
Analisaremos a composição “De um avião”, de João Cabral de Melo Neto, tendo em vista duas perspectivas (ou dois interpretantes): numa, que se manterá nos limites da física newtoniana, veremos que o texto desemboca num antropocentrismo de pequena compatibilidade com o descentramento que passou a associar-se à mesma física, depois que Freud tomou o heliocentrismo copernicano como um exemplo de “golpe” desferido pela realidade no narcisismo humano; noutra, que avançará pela teoria da relatividade, defenderemos que o que parece antropocentrismo é, afinal, compatível com o que Albert Einstein e Herman Minkowski descobriram em 1905 e 1907. Isto se fará possível porque a concepção de descentramento, válida em vários domínios, não o é no âmbito do relativismo einstein-minkowskiano, ao contrário do que pode fazer pensar o uso da mesma concepção a torto e a direito, no interior de não poucos discursos marcados pelo pós-modernismo.
Palavras-chave: poesia moderna; pós-modernismo; teoria da relatividade; filosofia da ciência; semiótica.
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