A mulher indomesticável em Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2024n42a1059

Palavras-chave:

Gênero, Patriarcado, Corpo, Violência, Poesia brasileira contemporânea

Resumo

Este trabalho analisa poemas da obra Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas, buscando averiguar como a poeta tematiza a mulher indomesticável, aquela que não corresponde às convenções patriarcais. Com fundamento na crítica feminista, nos estudos de gênero e na fortuna crítica da obra de Freitas, conclui-se que a obra se vale, dentre outras estratégias, da ironia e do diálogo com a tradição para tensionar o discurso patriarcal. Com isso, a poeta cria um contradiscurso, em que a linguagem poética se torna lugar de questionamento de estereótipos e redefinição das identidades femininas.

Biografia do Autor

Maria Regina Soares Azevedo de Andrade, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Mestranda em Literatura Comparada no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Lucas José de Mello Lopes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Doutorando em Literatura Comparada no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

André Tessaro Pelinser, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Professor de Literatura Brasileira e do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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Publicado

2024-05-30

Como Citar

Soares Azevedo de Andrade, M. R., de Mello Lopes, L. J., & Tessaro Pelinser, A. (2024). A mulher indomesticável em Um útero é do tamanho de um punho, de Angélica Freitas. Texto Poético, 20(42), 107–128. https://doi.org/10.25094/rtp.2024n42a1059