TY - JOUR AU - LEITÃO, Andréa Jamilly Rodrigues AU - FERRAZ, Antônio Máximo PY - 2016/06/22 Y2 - 2024/03/29 TI - A COSMOGONIA POÉTICA DE HILDA HILST JF - Texto Poético JA - Texto Poético VL - 12 IS - 20 SE - Vária DO - 10.25094/rtp.2016n20a339 UR - https://textopoetico.emnuvens.com.br/rtp/article/view/339 SP - 168-188 AB - O presente trabalho pretende explorar a experiência literária de Hilda Hilst a partir da noção de cosmogonia, tendo em vista a leitura do poema “Amavisse”, da obra homônima de 1989. A cosmogonia poética engendra-se na passagem da escuridão à claridade, da abertura caótica do fundo desconhecido das coisas ao acontecer luminoso das formas e dos sentidos. Em toda a sua pujança carnal, a escrita hilstiana é marcada pelo excesso, pela desmesura verbal, pelo transbordamento dos limites, pela renúncia às medidas. No poema em estudo, a referência à imensidão e à volúpia da noite torna-se, por excelência, metáfora para o processo criativo. O grande corpo da poesia é fecundado na carnalidade da noite para dar à luz a palavra. O erotismo, o qual perpassa fundamentalmente a obra da poeta paulista, remonta à dinâmica da transgressão dos interditos, entendida de acordo com os pressupostos teóricos de Bataille (1987). Na sua poética transgressora, colocam-se em tensão a vida e a morte, o divino e o humano, o verbal e o carnal, o ventre luzente da criação e a noite pulsante das formas. ER -