A poesia mastiga o filme: o cinema na poesia ecfrástica de João Miguel Fernandes Jorge e Manuel Gusmão

Autores

  • Patrícia Resende Pereira Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.25094/rtp.2020n29a658

Palavras-chave:

cinema, poesia portuguesa moderna e contemporânea, écfrase, Manuel Gusmão, João Miguel Fernandes Jorge.

Resumo

O propósito deste artigo é investigar a maneira como cinema e poesia encontram-se entrelaçadas no trabalho poético dos autores portugueses Manuel Gusmão e João Miguel Fernandes Jorge. Para tanto, tem-se como ponto central o conceito da écfrase, inicialmente definida como a representação verbal de uma representação visual. Assim sendo, o estudo se centra na discussão de dois poemas produzidos a partir dos filmes A Palavra, de Carl T. Dreyer, e Rosetta, dos irmãos Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne. Deve-se levar em consideração que a própria invenção do cinema oferece uma série de alterações no cenário das artes, o que acarreta mudanças na discussão acerca da poesia ecfrástica. Ao longo do estudo, percebe-se que os autores vão além do que se tem na obra de arte, sem apresentar qualquer compromisso com a fidelidade.

Biografia do Autor

Patrícia Resende Pereira, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) como bolsista PNPD da CAPES.

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Publicado

2020-02-25

Como Citar

Pereira, P. R. (2020). A poesia mastiga o filme: o cinema na poesia ecfrástica de João Miguel Fernandes Jorge e Manuel Gusmão. Texto Poético, 16(29), 6–28. https://doi.org/10.25094/rtp.2020n29a658