A intertextualidade como engenho: o Brasil de Drummond na Braxília de Nicolas Behr
DOI:
https://doi.org/10.25094/rtp.2009n7a143Resumo
Entende-se, comumente, que o recurso da intertextualidade se associa a categorias como influência e subversão, gosto e erudição. Laurent Jenny diz, em “A estratégia da forma” (1979), que a intertextualidade é uma “máquina perturbadora”, que solicita do sentido incessantes deslocamentos. Theodor Adorno, por sua vez, num dos aforismos de Minima moralia (1951), afirma que toda obra de arte, porque sempre cotejada com seus pares, quer “levar a morte a todas as outras” (“De gustibus est disputandum”). Conjugando ambas as reflexões, de Jenny e de Adorno, procurarei mostrar, através da análise breve de três poemas de Laranja seleta (2007), de Nicolas Behr, como este poeta se apropriou intertextualmente de poemas de Drummond para pensar a história contemporânea do Brasil: contra a sombra da desesperança, a resistência do humor (seja em versão sarcástica, retórica ou merencória).
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